quarta-feira, 25 de abril de 2012

Principessa e o beijo

Já me tem sido difícil escrever certos textos, umas vezes por um motivo, outras vezes por outro.

Um dos últimos foi por causa da dor que estava a sentir e de achar que não ia conseguir falar do que me tinha provocado essa dor. Hoje o motivo é outro.

Estou a fazer mudanças e no meio dos caixotes senti que tinha de parar e meditar.

A alteração do estado de consciência deu-se de forma tão rápida que fiquei a sentir a vibração da energia a que tinha acedido em completo silêncio. Quando digo silêncio, é porque não havia comunicação. De ninguém. Quando digo de ninguém é de nenhum ser de Luz. Agora tenho um gravador para tentar falar para o gravador quando estou a meditar e assim não me esquecer do que se passa durante a meditação. Fiz várias tentativas e não consegui sequer falar. A minha esperança era de que com a gravação eu deixasse de estar preocupada com a necessidade de memorizar a informação que vou recebendo para depois escrever sobre ela. Mas gravar implica ter que falar, o que para mim é difícil, e ter que pensar, porque fico a tentar traduzir para palavras o que estou a sentir e o que estou a ouvir. Sendo no domínio do não verbo implica uma espécie de tradução.

Desisti e entreguei-me a mais esta experiência. Decidi que escreveria sobre o que me lembrasse. Aceitando que será isso o que interessa escrever.

Estava com phones e a música era da nova lista que fiz no iPod.

Quando acedi à energia de Jesus mais uma vez Ele me propôs que sentisse com toda a entrega e atenção o efeito da música nas minhas células. Já não me lembro qual era a música mas não era do Moby. Mas foi dele que Ele me falou. Já me falou muitas vezes dele e voltou a falar.

"Porque achas que a música dele provoca um efeito tão profundo e intenso? Por causa das vossas vibrações. A tua vibração está em sintonia com a vibração dele. A tua onda e a da dele estão no mesmo comprimento."

Com o Moby?????

Reajo sempre como se fosse a primeira vez que Ele me dissesse isso. Fico sempre incrédula.

"Tinhas um amigo com quem te sentias muito bem que te dizia exactamente isso, que se davam tão bem porque tinham o mesmo comprimento de onda."

Sim, e essa amigo agora está distante. O que é que isso quer dizer?

"O Moby também está distante, não está?"

Sim.

"Não quer dizer que as pessoas com o mesmo comprimento de onda tenham que estar juntas, ou perto. Apenas que têm a mesma vibração que as faz sentir em sintonia. Tu e o Moby têm missões diferentes, em lugares diferentes."

Mas há alguma comparação possível?????????

"Há. Há mais do que tu pensas."

Mas ele chega a milhões de pessoas. As músicas dele são ouvidas por milhões de pessoas. Seja lá o que for que tenhamos em comum não me pareça que possa ser comparável, sobretudo em termos de missão. Se bem que saiba, que a missão não tem a ver com chegar aos outros, mas com o nosso próprio processo evolutivo.

"Ele toca as pessoas. E tu também. Menos pessoas. Mas mais profundamente. Ele cura com a música. Tu com as mãos."

Neste momento pedi a Jesus que por favor não me fizesse escrever isto. Já me propôs anteriormente por várias vezes que escrevesse sobre isto. Nunca consegui. Reconheço as minhas limitações. Reconheço a influência que o meu ego ainda tem em mim. Que às vezes fico sem saber em que sentido me estará a influenciar. A convencer-me que eu não sou merecedora do que Jesus me está a dizer, ou a convencer que eu tenho que contar ao mundo o que Jesus me está a dizer.

Mas como é que eu digo isto? perguntava eu a Jesus.

"Não és tu que dizes, sou eu. Eu é que estou a dizer que és uma curadora."

...(chorei, chorei, chorei)...

"Ainda esta semana te puseste aos saltos na cozinha do consultório com a notícia de uma cura inesperada, não foi? Tu sabes que não és tu que curas, sou eu. Mas porque tu serves de canal. Porque tu escolheste ser canal. Não fui eu que te escolhi, tu sabes. Foste tu. Não me respondeste que o teu sonho era viver conectada e ser curadora?"

Jesus já me tinha perguntado várias vezes qual era o meu sonho. Eu não consegui descobrir nada que gostasse de ter, de fazer, onde ir. Pelo menos não como um sonho. E até comecei a sentir uma certa vergonha por isso. Como se fosse uma falta de ambição. Depois cheguei à conclusão que gostava de ir para uma paisagem paradisíaca. Mas não viver. Porque me iria cansar de não fazer nada. Então o que gostaria de fazer depois das férias? O que faço agora. E descobri que o meu sonho é viver em conexão com a minha alma, com Jesus, com a Luz. E ser curadora. Curar-me a mim e aos outros. Curar emocional e espiritualmente.

"Quantas pessoas já curaste?"

Não fui eu. Foi Jesus.

"Mas em quantas já colocaste as tuas mãos para servires de canal e eu poder entrar e curar? Quantas pessoas conheces tu que acreditem que eu posso entrar e curar? Conheces muitas que acreditam que eu curava quando estive aí há 2000 anos. Mas não acreditam em mim agora, como eu sou. Não acreditam que eu sou energia. Não acreditam que eu comunico. E não acreditam que eu lhes toco. E que eu curo."

Vai ser muito difícil eu escrever isto.

"Não escreveste já hoje sobre o dia da liberdade? Tens aqui mais uma oportunidade de te libertares de mais medos. O medo de falares disto. O medo do que os teus amigos vão pensar disto. Lembra-te daquela vez em que te chamei junto do mar, à noite, e mostrei o bugio e te disse que os desafios podiam tornar-se ainda mais difíceis. Que mais difícil do que partir como os descobridores para mares desconhecidos, era partir durante a noite, em vez de partir durante o dia."

Eu tenho tentado fazer tudo e vou fazer também isto.

"Quantas pessoas já foram curadas ou tocadas por teu intermédio sem sequer imaginarem que foste tu? Mesmo sem colocares as mãos, só com a intenção? Quantas pessoas já te contaram que as doenças, as dificuldades, retrocederam sem saberem como. E não estou a falar das que procuram, estou a falar dos cépticos, que nem sabem o que tu fazes. E quando te contam não imaginam. Vem. vou mostrar-te o número de pessos que já tocaste."

E mostrou como se fosse um público de milhares de pessoas que está a assistir a um concerto de música.

E percebi. Percebi também que tenho que começar a limpar mais assíduamente pessoas juntas em massa. Como nos concertos.

"A energia de Aquário está a descer e o choque da densidade da Terra com a Luz faz com que entre em convulsão. Quanto mais limparem lugares de muita concentração de energia, como os concertos, melhor."

"E agora vamos dançar."

E senti-me a dançar ao som de um concerto do Moby numa energia muito elevada.

Jesus, acho que não aguento esta vibração. Acho que vou desfalecer.

"Abre. Abre as tuas células."

Não foi por acaso que hoje publiquei no FB parte da mensagem d'Ele no Livro da Luz, em que nos diz para abrir.

Também não foi por acaso que no iPod começaram a dar as músicas do Moby, todas seguidas.



"Também não foi por acaso que conheceste o Moby, no Porto. Não foi por acaso que passaste o concerto aos saltos, como se estivesses no ar. Não foi por acaso que as coisas aconteceram como aconteceram. Não foi por acaso que aquela fotografia com ele aconteceu como aconteceu. Não foi por acaso que se abraçaram. Fui eu."

...(chorei, chorei, chorei)...

"Também não foi por acaso que ontem ao fim do dia alguém te chamou de "principessa" e te deu um beijo inesperado, na cara. Fui eu."

...(chorei, chorei, em agradecimento comovido)...

E mais uma vez me rendo. E escrevo tudo.










(quando recebi o beijo estava a preparar esta fotografia e a olhar para o Cristo Rei)

domingo, 22 de abril de 2012

GEORGI, O PINTOR HUNGARO

O meu vizinho hungaro chamou-me para ver os últimos quadros dele. Nunca o tinha visto pintar animais. A minha máquina só me deu tempo de tirar estas fotos, antes de ficar sem bateria.

















Os quadros são uma delícia mas ver a facilidade com que pinta é ainda mais deliciosa.

Delicioso também é a forma enviesada como fala português.

Perguntava-me ele se um quadro não for pintado com o coração e com paciência, quem é que o compra?

E dizia-me que um quadro não é arte. É energia. E que quem compra não sabe porque compra. Sabe que sente qualquer coisa quando olha para o quadro. Sabe só que aquele quadro o energiza, mas porquê não sabe. E que quando as pessoas sentem isso em relação a um quadro o dinheiro aparece para o comprarem.

E que isso do dinheiro é relativo. Tenhamos muito ou pouco gastamo-lo.

E que a vida é demasiado curta para perdermos tempo com estupidezes. E que não é o trabalho que interessa ou o que ganhamos com ele mas o que sentimos quando fazemos. E que na verdade o que ele, George, faz, não é pintar, é passar energia.












(Esta foto já tirei há alguns meses).

SAILING

Vídeo de ontem, na marina de Oeiras. Com uma das músicas que mais marcaram a minha adolescência e que adoro até hoje - Sailing, de Rod Stewart.

sábado, 21 de abril de 2012

ONDE O MAR É MAIS FUNDO E OS PEIXES SÃO CEGOS

De manhã fui dar um passeio a pé até à marina de Oeiras. Sentia-me leve e feliz. De máquina fotográfica em punho desfrutava da satisfação de viver numa ambiente tão agradável. De passear junto ao mar.
E pensava em como a minha vida mudou. E agradecia ao Céu por não ter desistido de mim.

"Tu é que não desististe."

E de repente vi como que uma legião de seres de luz que olhavam para baixo. Como se sempre tivessem estado a olhar para uma espécie de poço ao longo do qual eu tenho subido. Como se tivessem estado a observar ao longo da minha vida se eu conseguia subir ou não.

Sei que todas as imagens são simbólicas e sei também que na verdade eu não venho do fundo de um poço, mas do fundo do mar.

Venho das águas do mar mais profundo, onde os peixes são cegos.

Há dias ouvi um comentário sobre as filmagens do James Cameron, que vai descer a 11 km de profundidade, num submarino australiano que o vai levar ao ponto mais profundo da Terra.

Esse ponto é donde eu venho. É o meu passado. E o grande desafio da minha vida é emergir dessas águas. Evoluir de um peixe cego para um golfinho. Vir para a superfície. Vir para a luz.

Por isso os desafios têm sido tão difíceis. Uns atrás dos outros. Representam a escalada. Houve fases da minha vida em que senti que talvez não fosse conseguir nunca. Houve fases em que quase desisti. Conheço três pessoas com um mapa astrológico parecido com o meu. Embora nenhum tenha tanta água como o meu. E uma delas contou-me ontem que lhe foi diagnosticado um tumor. E que recebeu a notícia com alívio, como se finalmente recebesse uma autorização para desistir da vida, porque já não aguenta mais.

Outra, das tais três pessoas, já aqui contei, esteve seis anos sem sair de casa.

Sempre foi o que tive vontade. De desistir. Porque essa é uma das energias que trago das minhas vidas passadas: a da desistência. Porque quando confrontada com as maiores dores emocionais, desistia. Ou me matava ou me deixava morrer. Agora a proposta é voltar a passar por elas sem desistir. Transcendê-las.

Aliás, esta vida é a prova de que não vale a pena desistir. Estou a ser confrontada outra vez com tudo o que me levou à desistência. Perda. Rejeição. Desilusão. E com a sensibilidade que tenho hoje não tenho como não sentir a dor profundamente. E com a consciência que tenho agora, não há como sequer pensar em desistir. Ou seja, não há fuga possível. Ninguém foge à vida. Só nos libertamos quando aceitamos. Havemos de nascer e voltar a nascer até transcendermos.

Conhecer o meu mapa natal ajudou-me a compreender-me e a ter orgulho em mim. Até aqui achava-me uma desgraçada. Agora percebo porque é tão difícil. E orgulho-me de não ter desistido. E de estar a conseguir.

Há algumas semanas atrás ouvi a Maria Flávia de Monsaraz contar que tem um aspecto no mapa natal dela que lhe dá uma profundidade enorme no sentir. E que quem não tem esse aspecto não pode imaginar o que é sentir tão profundamente e como a dor emocional se torna tão intensa. Mas que por sua vez, é esse mesmo aspecto que lhe permite explicar os sentimentos e dar aulas sobre isso.

Eu tenho esse mesmo aspecto. No signo e casa onde a Maria Flávia tem esse planeta eu tenho quatro. O que quadruplica tudo, para o bem, e para o mal.

Foi esse conhecimento que fui tendo que me ajudou a perceber que não sou eu que vejo as coisas mais difíceis. Sinto-as é de uma forma mais difícil. E se isso foi um peso ao longo da minha vida, à medida que fui percebendo o porquê de ser assim, fui tentando transformar.

Por isso há dias respondi à Graça Ribeiro no Facebook, que havia de falar sobre isto, por ela ter comentado que achava que a forma como transmito os sentimentos e emoções é um dom.

Não será um dom. Será uma característica. Faz parte da minha energia. Que me saiu muito pesada a vida toda.

Emergir do mais fundo do mar não é fácil. Por isso ao longo dos últimos dez anos, talvez, sempre pedi ao Céu que não desistisse de mim. Era uma pedido recorrente. Diário. Constante. Intuitivamente eu sabia que era uma tarefa impossível de se fazer sozinha. E isso ligou-me ao Céu.

Só hoje soube que afinal fui eu que não desisti.

E é nestes momentos que sinto que o meu karma se transforma em darma.

O que era o mais difícil é o que agora me dá mais confiança em mim. São as mesmas emoções e sentimentos que para mim só representavam dificuldades, que agora me permitem fazer o que me dá mais me dá prazer e realiza: as terapias e a escrita. E a sensibilidade tão intensa que me leva a sentir tudo, o que é meu e o que não é, que me leva à dor mais funda é a mesma que me permite conectar com a luz também mais intensamente. Tudo tem o seu reverso. Só temos que descobrir o outro lado de cada coisa.

Por isso eu acredito em todas as pessoas. Todas, sem excepção. Na sua capacidade de conseguir. Porque se eu consegui, todos conseguem. Eu era a pessoa que se sentia mais incapaz. A que se achava mais longe de conseguir uma conexão com o Céu.

Hoje sinto a presença constante do Céu na minha vida. De Jesus. Algo absolutamente impensável para mim há uns anos.

Ainda ontem assim que iniciei a meditação, senti a presença de Jesus que me disse: "Estou aqui para te ajudar a despedir desta casa."

Porque vou mudar de casa, não porque isso alguma vez me tenha passado pela cabeça (pelo contrário, achava que este lugar era um paraíso e não podia desejar melhor) mas porque Ele me propôs.

E essa é uma linda história que hei-de contar aqui.

Quando lhe perguntei porquê, respondeu que já chegava de viver sózinha. Estranhei,porque me tinha custado tanto aprender a gostar de viver sozinha. "Por isso mesmo. Já consegues viver sozinha e já gostas. Já não precisas de continuar assim. Só precisaste até conseguir. Repara que agora vais viver com a pessoa que melhor te conhece e com quem melhor te dás e com a que mais te faz rir. É uma benção que te dou."

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Bart Verbeeck - a reportagem de choque

Ainda não sei se vou conseguir escrever este texto...

Fecho os olhos para tentar descrever como me sinto, e talvez o mais próximo seja ter toneladas de peso dentro do meu peito. E um aperto no estômago. E uma dificuldade em respirar. E uma vontade de chorar. (Já chorei mas não chorei tudo).

Passei todo o dia com este aperto. Tinha ido com o meu filho a uma consulta por causa da tosse persistente dele. Tem uma faringite. O alívio que se sente quando a médica diz que pulmões estão limpos e que tem uma faringite...Enquanto esperavamos ser atendidos pensava na vida. Na minha vida. E no difícil que é viver com o aperto no peito. E o aperto continuou.

Até que, há pouco, depois do jantar a minha Mãe estava a fazer zapping na televisão e reparei em como passou numa imagem que tentou mudar rápidamente. Perguntei-lhe porquê. Porque já tinha visto aquela reportagem. Perguntei sobre o que era. Sobre um rapazinho que tinha pedido a eutanásia. Disse-lhe que queria ver. Andava e desandava com o comando como se já não encontrasse o canal. Pedi-lhe o comando para procurar eu. Era na TVI24H e a imagem que apanhei foi a de uns pais a despedirem-se do filho a quem ia ser administrada a injecção letal. Senti-me em choque. Perguntei à minha Mãe se sabia porque motivo o rapaz tinha pedido a eutanásia. Porque tinha uma doença em estado terminal. E não disse mais nada.

A continuação da reportagem foi altamente chocante para mim. A comoção que sentia era esmagadora. Como se à medida que o médico explicava ao Bart como é que a injecção ia actuar, eu própria estivesse também a paralizar.

Vim à internet procurar informação sobre o Bart. Não sabia mais nada além do nome. Com o nome e a palavra eutanásia, encontrei-o. Bart Verbeeck.

Tinha um Sarcoma de Ewing. E 22 anos.

...

A reportagem terminou com a mensagem que ele queria passar, e que é a de que as pessoas devem ser felizes com o que têm e não infelizes com o que não têm. E que devem beber Coca-Cola todos os dias, se lhes apetecer, e comer hamburguer, porque nunca sabem se não será o último dia em que podem fazer isso.


sexta-feira, 13 de abril de 2012

"NÃO OLHES PARA TRÁS"

Virei-me para trás, a olhar uma última vez para o mar, como se estivesse a despedir-me d´Ele por hoje...

"Não olhes para trás. Eu também estou aqui, neste jardim. Também estou na tua casa. Também estou em ti."

ONTEM FUI AO ROCK IN RIO NA PRAÇA DE CAMÕES

Ontem cheguei à Praça de Camões e fui surpreendida com todo este aparato. Fiquei a assistir. Tratava-se de uma gravação promocional do Rock in Rio Lisboa 2012.



Estava encantada. Tanta gente, a preparação de um espectáculo e eu com a Nikon que a Tatiana me emprestou...sentia-me feliz. Muito feliz, até. Porque estava a fazer de fotógrafa. A fotografar tudo o que me apetecia (e com as fotografias fiz este vídeo). E ri-me. Porque mais uma vez me estava a dar conta de como é fácil sentirmo-nos felizes. Quando saí de casa estava com má disposição física e hesitei muito em sair ou não. Mas sentia que tinha que ir. E quando cheguei lá e vi todo o cenário, percebi. Vale sempre, sempre, a pena seguir a intuição.

Outra coisa engraçada, é que quando fui à net procurar uma música para montar este vídeo com as fotos que tirei, encontrei o vídeo que publico no fim deste texto, em que entra o David Fonseca.

É que tinha passado pelo cabeleireiro "FACTO", que fica ao lado desta praça,(e aqui está uma das fotos que tirei aos melhores hair stylists do mundo, o Hugo Offerman e o Antony Millard)

e ele tinha acabado de sair de lá. Ri-me outra vez. É que eu nem era muito apreciadora da música dele e na última semana sempre que ligava a SIC mulher, estava a dar uma entrevista dele, e quando ligava o rádio estava dar uma música dele, e pensei: até parece que o vou encontrar. Afinal, não encontrei, mas por escassos minutos...


Enjoy.


terça-feira, 10 de abril de 2012

segunda-feira, 9 de abril de 2012

LUA DO DOMINGO DE PÁSCOA

Ontem à noite, pelas 22 horas, no regresso do Porto e ao descer a Serra dos Candeeiros (assim denominada por simbolizar o firmamento e a chama de luzes mágicas) depois de uma curva apareceu de repente esta Lua. Assim, tal e qual, cheia e amarela. A foto não é minha mas a Lua é absolutamente igual à de ontem. Acho que das mais bonitas que vi na minha vida. Acompanhou o resto da viagem até Lisboa. E tal como na foto, lentamente, as nuvens foram encobrindo. Ao chegar a casa ouvi esta música ("Les Marionettes" de Zbigniew Preisner, publicada mo mural da Sandra Pereira) e achei-a perfeita para fazer este vídeo. Lua do Domingo de Páscoa.


sábado, 7 de abril de 2012

EU E O MEU CORPO

"Não temas, porque para onde fores eu vou contigo."

Nunca tinha ouvido Jesus usar este termo. Pareceu-me até um pouco bíblico. Estava a responder-me a algum receio que eu estava a sentir por me estar a levar para uma nova dimensão. Nova para mim. Explicou que se por esta altura no ano passado me falou no Calvário, agora me estava a falar na Ascensão. Senti uma frequência mais alta do que qualquer outra que tivesse sentido. E pelo corpo uma corrente eléctrica. Na verdade nunca tinha sentido nada de tão alta frequência, etérea e física ao mesmo tempo. Para mim foi até um fenómeno estranho. Porque até hoje, sempre que elevava a frequência deixava de sentir o corpo. Explicou-me que a reacção de hoje tem a ver com a subida de frequência também do meu corpo.

Ainda ontem, quando comecei a fazer um exercício de meditação com uma determinada finalidade, me mostrou que não, que eu não ia tratar nada do que estava a pensar, mas que ia tratar a relação com o meu corpo. Continuar a tratar.

E pediu-me para me ver a sair do corpo como se tivesse uma porta que abrisse metade para cada lado. E que olhasse para ele, de fora. E que o envolvesse num abraço. Que desse colo ao meu corpo. Chorei, chorei, chorei...Já fiz isto muitas vezes, mas a emoção ainda é muito grande. O que neste caso quer dizer que ainda tenho muito que tratar. Pediu-me para voltar a rever a minha relação com o meu corpo desde pequenina. Que voltasse a sentir os momentos que para o meu corpo foram mais difíceis.

Sempre me senti vítima de violência psicológica devido ao meu corpo. Como se as pessoas que eu amava me obrigassem a manter-me magra para continuarem a gostar de mim. Ontem percebi mais claramente do que nunca, que quem mais exerceu violência sobre o meu corpo, fui eu. Exerci uma violência atroz. Verdadeiramente atroz. Para me manter magra passei fome durante muitos anos. Porque acreditava que só gostavam de mim se me mantivesse magra. E virei-me contra o meu corpo. E fiz as dietas mais desumanas até aos 30 anos. Todas as que se possam imaginar. Consecutivamente. Desde os 8.

Durante anos e anos tomei medicação para inibir o apetite que hoje é completamente proíbida. Recorri a todo o tipo de médicos. A todo o tipo de tratamentos.

Uma vez ia ficando maluca. Estive 10 dias sem mastigar uma migalha sequer, só bebia o xarope de seiva. Pelo 9º e 10º dias, quando ouvia o barulho de talheres de alguém que estava a comer sentia-me quase a enlouquecer. Entrava em casa e cheirava-me a bifes e batatas fritas. Eu que naquele casa nunca tinha fritado uma única batata nem cozinhava bifes.

Anos antes, quando andava na faculdade e vivia num apartamento com as minha primas, recebi um dia a visita inesperada do meu irmão que viu que as minhas primas estavam a jantar à mesa e eu estava no sofá a tomar chá e a comer uma tablete dietética. Zangou-se comigo e disse-me que eu ainda ia pagar isso muito caro.

E paguei. Aos 30 decidi que não ia passar mais fome e que não ia fazer mais dietas. Inconscientemente devia saber que o meu corpo não aguentava mais. Que ou parava ou acontecia algo verdadeiramente grave. E comecei a engordar quase sem parar. E fiquei na situação de ter que encarar o que sempre quis evitar. E que antes de esperar o amor dos outros tinha que me amar a mim. Incondicionalmente. Ou seja sem condições. Magra ou gorda. E só quem me aceitar assim estará também a ser capaz de amar incondicionalmente. E não é esse tipo de amor que eu gostaria de conseguir emanar e receber?

Ao longo da minha vida, conheci mulheres consideradas físicamente perfeitas. Algumas, passados uns minutos de conversa deixavam-me a pensar que o aspecto não era mínimamente suficiente para se querer estar ao lado delas. Outras eram profundamente infelizes por se sentirem rejeitadas, traídas e maltratadas. Percebi que o corpo que tinham não era garantia de nada. Mesmo assim, ainda não me aceitava.

Ontem, na meditação ao olhar para o meu corpo senti uma enorme compaixão por tudo a que o sujeitei. Quem sou eu para criticar a violência de alguém se eu fui de uma violência atroz comigo mesmo? Se eu fui o meu próprio carrasco?

Eu não sabia que o meu problema não era a comida mas sim as emoções que eu comia.

Tenho pedido um perdão sincero ao meu corpo. Assumi um compromisso em o aceitar. Porque muito é ele depois de tudo o que eu lhe fiz. É quase com vergonha que confesso que ainda me apanho muitas vezes em atitude crítica para com o meu corpo. Ainda tenho muitas vezes dificuldade. Não percebo porquê. Uma vez que já sei por experiência própria que o corpo não é nada e é tudo. Não somos o nosso corpo, mas é a única forma de estarmos aqui.

Quando o abraço, adoro-o. Sinto uma grande amor por ele. E rendo-me a ele. E a tudo o que ele fez por mim. Só agora tenho noção de tudo o que ele fez por mim. Protegeu-me constantemente. Apesar do desgaste que lhe provoquei. Apesar de o ter levado ao limite. Foi fundamental no meu processo evolutivo. Ajudou-me a não me dispersar quando era hora de não o fazer. Agora ajuda-me a manter-me frágil e centrada. Ajuda-me a não valorizar o que não tem valor. E a valorizar o que tem. E tenho uma gratidão incomensurável por ele. E se não for capaz de o aceitar e amar tal como ele é (e ele é exactamente o que eu preciso que ele seja) então que ando eu cá a fazer?